Guarulhos, a segunda cidade mais populosa de São Paulo, está passando por uma transformação silenciosa, mas profunda. Depois de anos de crescimento urbano acelerado, onde torres residenciais surgiram em praticamente todas as regiões da cidade, o foco agora se volta para outro desafio, mais técnico, menos visível, mas absolutamente essencial: a manutenção predial.
Com mais de 1,2 milhão de habitantes e um parque imobiliário cada vez mais verticalizado, Guarulhos vive uma nova fase, onde a preocupação com segurança, durabilidade e valorização dos imóveis coloca as certificações como prioridade. E é aqui que entram documentos como o AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros), o Laudo de SPDA, o Certificado de Manutenção Preventiva dos Elevadores e outros que, por muito tempo, foram negligenciados por síndicos e moradores.
A cidade cresce, mas quem cuida dos prédios?
Guarulhos passou por um verdadeiro boom imobiliário nas últimas duas décadas. Regiões como Vila Galvão, Picanço, Maia, Taboão e até a periferia da região de Bonsucesso e Pimentas foram verticalizadas rapidamente, com dezenas de prédios residenciais sendo entregues mês após mês. Com o tempo, no entanto, muitas dessas edificações começaram a sentir os efeitos naturais do uso contínuo, das intempéries e da ausência de manutenção correta.
Elevadores que param com frequência, portões que travam, rachaduras nas fachadas, infiltrações, pintura descascando, sistema de para-raios vencido, extintores sem carga. Pequenos problemas que, somados, criam um ambiente de insegurança e desvalorização. E é aí que entra a engenharia de manutenção predial, uma especialidade cada vez mais necessária em cidades com o perfil de Guarulhos.
Certificações como o AVCB e o impacto direto no morador
O AVCB é muito mais do que um papel exigido pelo Corpo de Bombeiros. Ele é a garantia de que aquele prédio tem condições mínimas de segurança em caso de incêndio ou emergência. Ele envolve análise de rota de fuga, sistema de pressurização de escadas, extintores em dia, iluminação de emergência funcionando, sinalização correta e sistema hidráulico anti-incêndio em perfeito estado.
Quando um condomínio perde o AVCB, além de correr risco real de vida para os moradores, ele também enfrenta problemas com seguradoras (que podem se recusar a cobrir sinistros), multas, impedimentos para reformas e, o mais grave, desvalorização imediata do imóvel.
Segundo a E. Martins, Engenharia, especializada em manutenção predial e certificações técnicas, um prédio sem AVCB atualizado pode perder entre 8% e 15% do seu valor de mercado, dependendo da região e do perfil do imóvel. Isso sem contar os processos judiciais que podem recair sobre síndicos e administradoras em caso de acidentes.
A estética também sofre quando a manutenção falha
A maioria das pessoas associa manutenção predial apenas à segurança, mas ela tem um papel estético fundamental. Um prédio bem cuidado, com fachada limpa, elevadores em perfeito estado, jardins bem mantidos e pintura renovada, transmite sensação de ordem, valorização e conforto. Já um condomínio sem manutenção começa a mostrar sinais visuais de abandono, gerando uma percepção negativa imediata.
E quando o prédio é mal cuidado por fora, ele também tende a ser desorganizado por dentro. Áreas comuns mal iluminadas, infiltrações nos corredores, problemas na rede elétrica e até mesmo o acúmulo de lixo em áreas técnicas começam a surgir. Tudo isso afeta diretamente o bem-estar dos moradores e, claro, o valor dos apartamentos.
Em muitos casos, compradores em potencial desistem da compra apenas pela impressão visual causada pela entrada do prédio. Ou negociam o valor para baixo, alegando que terão que arcar com a recuperação estética e técnica do imóvel. Ou seja, a manutenção predial é também uma questão de marketing.
Tendência: a engenharia preventiva se torna obrigatória
Em Guarulhos, o que era visto como gasto, agora começa a ser compreendido como investimento. Cada vez mais síndicos e administradoras estão procurando engenheiros especializados para elaborar planos de manutenção preventiva, realizar inspeções técnicas periódicas e cuidar da regularização dos prédios junto aos órgãos competentes.
O uso de tecnologias como drones para inspeção de fachadas, softwares de gestão predial, sensores de monitoramento e planos de manutenção compartilhada está ganhando espaço. E esse movimento é fundamental para reduzir custos a longo prazo, evitar multas, prevenir acidentes e aumentar a vida útil das estruturas.
Guarulhos caminha para um novo ciclo, onde prédios antigos que passarem por retrofit técnico e estético devem se destacar no mercado. E prédios novos já nascem com a obrigação de se manter em dia com todos os laudos e certificações.
Conclusão
Guarulhos vive uma nova fase. Depois do crescimento em volume, chega o momento do crescimento em qualidade. A manutenção predial, as certificações como o AVCB e os laudos técnicos de segurança deixam de ser detalhes burocráticos e se tornam, de fato, instrumentos de proteção, valorização e bem-estar.
Para o morador, isso significa dormir mais tranquilo, viver em um ambiente mais bonito e seguro, além de saber que seu imóvel está valorizando com o tempo. Para o síndico, é uma forma de proteger a coletividade, reduzir riscos e mostrar responsabilidade com o patrimônio comum. E para o engenheiro, é a certeza de que seu trabalho técnico pode transformar um prédio decadente em um espaço de orgulho e referência no bairro.
Segundo a E. Martins, Engenharia, a tendência é clara: a cidade vai se dividir entre os condomínios que cuidam do seu lar ambiente, e os que ficarão para trás. E essa escolha começa agora, com a decisão de manter a estrutura em ordem, em segurança e em dia com a legislação. Porque prédio bonito é aquele que está inteiro por dentro e por fora.
0 comentários